Tratamento com Ketamina (Cetamina)

A cetamina, originalmente desenvolvida como anestésico nos anos 1970, vem ganhando destaque nas últimas décadas como uma ferramenta inovadora em psiquiatria. Em doses muito menores do que as usadas em cirurgia, a cetamina tem mostrado resultados promissores no tratamento de depressão grave, ideação suicida e outros transtornos resistentes, especialmente em pacientes que não obtiveram melhora com terapias convencionais.

Na Clínica Nikolas Heine, oferecemos protocolos estruturados de terapia assistida por cetamina, sempre em ambiente seguro, supervisionado por equipe médica especializada, e integrados a psicoterapia e mudanças de estilo de vida — pilares fundamentais para a manutenção dos benefícios.

1. Como a Cetamina Funciona

Diferente dos antidepressivos tradicionais, que atuam nos sistemas de serotonina e noradrenalina, a cetamina age sobre o sistema glutamatérgico, promovendo:

  • Neuroplasticidade rápida: estimula a criação de novas conexões entre neurônios, favorecendo flexibilidade mental e emocional.
  • Interrupção de padrões negativos: reduz temporariamente o “circuito de sofrimento psíquico”, abrindo espaço para reorganizar pensamentos e sentimentos.
  • Ação antidepressiva precoce: muitos pacientes relatam melhora já nas primeiras 24 a 72 horas.

Esse efeito pode ser comparado a uma “janela de oportunidade neurobiológica”, que torna o cérebro mais receptivo a mudanças emocionais e psicoterapêuticas.

2. Indicações Clínicas

A cetamina é indicada principalmente para casos de refratariedade, ou seja, quando outros tratamentos não trouxeram melhora significativa. Entre as condições com maior evidência científica, destacam-se:

  • Depressão resistente ao tratamento
  • Ideação suicida aguda
  • Depressão bipolar refratária
  • Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) resistente
  • Síndromes de dor crônica com componente psiquiátrico
  • Ansiedade grave refratária

Em alguns países, a esketamina intranasal já foi aprovada como alternativa ambulatorial. No Brasil, seu uso ocorre em protocolos clínicos específicos, sempre com monitoramento rigoroso.

3. Como é o Tratamento

Na prática clínica da nossa instituição, a cetamina é administrada via subcutânea — método seguro, confortável e eficaz.

Etapas do tratamento:

  • Preparação: avaliação médica e exames para garantir segurança.
  • Sessão de aplicação: realizada em ambiente calmo e privativo, com monitoramento contínuo. Dura em média 60 a 90 minutos.
  • Acompanhamento: após cada sessão, o paciente permanece em observação até estar estável.

Protocolo usual:

  • 1 sessão semanal durante 8 semanas (fase inicial).
  • Sessões de manutenção semanais ou quinzenais, conforme evolução clínica.
  • Sempre associada a psicoterapia estruturada (ex.: Terapia do Esquema) e mudanças de estilo de vida.

4. Benefícios Esperados

  • Redução rápida de sintomas depressivos.
  • Alívio significativo da ideação suicida.
  • Melhora no sono, motivação e clareza mental.
  • Maior abertura emocional e receptividade à psicoterapia.

Estudos indicam que 50 a 70% dos pacientes resistentes apresentam resposta significativa, e cerca de 30% alcançam remissão plena dos sintomas após o protocolo inicial.

5. Possíveis Efeitos Colaterais

Os efeitos adversos da cetamina são geralmente leves, transitórios e autolimitados. Os mais comuns incluem:

  • Sensação de dissociação leve (percepção alterada de tempo e espaço).
  • Tontura, sonolência ou leve confusão mental.
  • Náusea passageira.
  • Alterações discretas da pressão arterial.

Essas reações duram pouco tempo e são acompanhadas de perto por nossa equipe clínica.

6. Riscos e Cuidados

O tratamento não é indicado para todos os pacientes. Contraindicações absolutas incluem:

  • Transtornos psicóticos ativos (como esquizofrenia).
  • Doenças cardiovasculares graves e instabilidade clínica.
  • Gravidez ou lactação.

Antes de iniciar, todos os pacientes passam por avaliação médica detalhada e assinam um termo de consentimento informado, garantindo segurança, ética e clareza sobre os objetivos e limites do tratamento.

7. Integração com Psicoterapia e Estilo de Vida

A cetamina não deve ser vista como um “tratamento isolado”. Seu efeito máximo ocorre quando associada a:

  • Psicoterapia estruturada: aproveitando a “janela de plasticidade emocional” para promover mudanças cognitivas e afetivas profundas.
  • Mudanças no estilo de vida: sono de qualidade, alimentação balanceada, atividade física, manejo do estresse, vínculos sociais e propósito de vida.

Esse modelo integrado é o que permite resultados duradouros e sustentáveis.

Conclusão: Uma Nova Esperança em Psiquiatria

O uso da cetamina em psiquiatria representa uma das maiores inovações terapêuticas das últimas décadas. Para muitos pacientes, especialmente aqueles que já tentaram diferentes tratamentos sem sucesso, a cetamina pode significar um recomeço.

Na Clínica Nikolas Heine, acreditamos que cada paciente merece acesso a terapias seguras, eficazes e personalizadas. Nosso compromisso é oferecer cuidado integral — com base em ciência, ética e acolhimento humano.

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Dr. Nikolas Heine é um psiquiatra altamente qualificado, formado pela USP, com experiência internacional na Harvard Medical School. Ele é conhecido por seu conhecimento avançado em neuroplasticidade e técnicas de estimulação cerebral, além de sua abordagem compassiva e personalizada. Atuando em hospitais renomados como o Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Sírio Libanês, Dr. Nikolas oferece um cuidado humanizado e eficaz, focado no bem-estar integral de seus pacientes.

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